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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Aumenta 9% em um ano as mortes de motociclistas no Brasil

Das 70 mil indenizações por acidentes de trânsito no primeiro trimestre de 2014, 92% envolviam motos. Curitiba apresenta mais mortes que Rio e São Paulo.

O Brasil teve 12.480 motociclistas mortos em 2012, segundo dados recém-­divulgados do Ministério da Saúde. O aumento é de 9,1% em relação a 2011. Na comparação dos últimos dez anos, as mortes de condutores de motos mais do que dobrou. Em 2002, haviam morrido 3.744 motociclistas.
 
De acordo com o Banco Mundial e com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2013 o Brasil apresentava uma motocicleta para cada 9,3 habitantes, um número menor de veículos comparado a outros países, como Itália (6,4) e Tailândia (4,1). Mesmo assim, apresenta o alto número de 7 mortes em acidente de motos para cada 100 mil habitantes.






É a segunda maior taxa de óbitos do mundo, atrás apenas do Paraguai com 7,5. Tailândia e Itália apresentam taxas bem menores: 4,6 e 0,9, respectivamente. 
O aumento da frota, o preço baixo das motos e a alta demanda por entregas nas cidades são alguns dos fatores que contribuem para essas estatísticas.


De acordo com a seguradora líder-DPVAT, no primeiro trimestre de 2014 foram indenizados mais de 70 mil segurados em todo o Brasil, entre casos de morte ou invalidez, 92% envolveram motocicletas. Os números referem-se a indenizações pagas no trimestre -- os acidentes podem ter ocorrido em até três anos antes.

O número absoluto de indenizações de moto (64,5 mil) dividido pelos 90 dias do trimestre resulta em 717 acidentes de moto indenizados por dia, dos quais 33 acabaram em óbito. O número cresceu consideravelmente em relação aos dados de seis anos atrás. Em 2008, foram 16 mil acidentes pagos no primeiro trimestre, dos quais 64% (ou 10,8 mil) envolveram motocicletas. Nesse caso, o número de acidentes pagos por dia cai para 120.

Comparada com capitais como Rio de Janeiro e São Paulo, Curitiba tem proporcionalmente mais acidentes fatais com motos

Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, apontam que em 2011 Rio e São Paulo tiveram, nessa ordem, 0,9 e 0,4 motociclistas mortos para cada 100 mil habitantes, enquanto Curitiba apresentou a taxa de 3,7 óbitos para a mesma proporção. Entre as mortes no trânsito, aquelas causadas por moto aumentaram proporcionalmente em Curitiba, de 8,5%, em 2000, para 26,5% em 2011.

Adversidades, a rotina dos motoboys

Casos como o do Curitibano Aumir César Barbosa são frequentes entre os motoboys. 
Ficou parado por 6 meses com a perna quebrada em três lugares, Barbosa é um sobrevivente. A profissão dele tem um dos maiores índices de letalidade no trânsito brasileiro. 


“Tenho vários colegas de trabalho que já sofreram algum tipo de lesão. A verdade é que ficou muito fácil obter uma moto, e a rapaziada nova quer antes de tudo uma moto porque gosta da sensação de liberdade, mas não conhece bem as ruas”, opina. Além disso, muitas empresas de motofrete exigem um prazo de tempo muitas vezes insuficiente para as entregas, o que por vezes obriga o condutor a tomar atitudes imprudentes no trânsito.

Essa é a análise do Secretário Geral e presidente interino do Sindicato dos Motofretistas de Curitiba (Sintramotos), Edmilson da Mata. “Há três anos, um trajeto que hoje você faz em 45 minutos demorava meia hora para ser feito”, comenta. Ele também se queixa da dinâmica pouco compreendida por parte dos empregadores e motoristas com os motoboys. “Quem utiliza nossa mão de obra precisa ter consciência de que o motociclista está sobre duas rodas. Se uma pizzaria promete uma pizza em tantos minutos, mas atrasa pra fazer, quem precisa tirar esse atraso do tempo é o motoboy. Nós orientamos a eles não aceitarem esse tipo de demanda”, afirma.

A ilusão da taxa

Para Edmilson da Mata Secretário Geral e presidente interino do Sindicato dos Motofretistas de Curitiba (Sintramotos), uma melhora nas condições do trânsito passa por uma melhor remuneração do profissional também. “Em 75% das contratações, o motoboy ganha por produção, uma taxa, geralmente de 60%, sobre a taxa da entrega. Isso faz com que ele queira trabalhar mais para ganhar mais, mas isso é uma ilusão também, porque ele se expõe a mais riscos e acaba gastando mais dinheiro em gasolina e na manutenção da moto”. 

“Quem utiliza nossa mão de obra precisa ter consciência de que o motociclista está sobre duas rodas. Se uma pizzaria promete uma pizza em tantos minutos, mas atrasa pra fazer, quem precisa tirar esse atraso do tempo é o motoboy. Nós orientamos a eles não aceitarem esse tipo de demanda”, afirma.
 
O piso para motofretista em Curitiba é de R$ 1 mil, mas recentemente o governo federal aprovou um adicional de risco de 30% para a categoria no Brasil.


Mobilidade

Frota de motos aumenta 684% em pouco mais de uma década, diz Abraciclo


Boa parte do aumento dos acidentes envolvendo motocicletas pode ser explicado pelo aumento da frota. Dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) coletados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Afins (Abraciclo), mostram que as motos representam perto de 27% da frota geral no Brasil, ou seja, de 82,8 milhões de veículos, 21,9 milhões são motos. 

“No caso das indenizações por morte, os acidentes com moto representavam menos de 50% das ocorrências”, comenta o diretor de Relações Institucionais da Seguradora Líder-DPVAT, Márcio Norton.

Sobre o aumento na relação entre motos e outros veículos nos acidentes indenizados, Norton aponta medidas de segurança implementadas em veículos, como o air-bag e o freio ABS, e também campanhas de conscientização para uso do cinto de segurança e contra o uso de álcool antes de dirigir. Já para o aumento no número geral de acidentes, o aumento da frota pode desempenhar um papel importante.

Dados do  Abraciclo

O número de motocicletas no Brasil cresceu 686,4% desde 1998, ao passo que a frota total cresceu 239,6%, ou seja, três vezes menos. “As nossas vias não crescem na proporção da frota, e isso causa um estrangulamento do trânsito. E a motocicleta tem uma mobilidade maior nos engarrafamentos. A mobilidade delas ajuda na mobilidade do trânsito”, analisa Norton. Ele também aponta a formação deficitária desses condutores. 

“Muitas vezes eles [motociclistas] não têm aula prática na rua, porque é perigoso, e a prova acaba sendo superficial, feita num pátio sem maiores preparações para a dinâmica do trânsito”.




Fonte: Gazeta do Povo

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