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terça-feira, 15 de setembro de 2015

As motocicletas e os acidentes de Trânsito

                   As motocicletas e os acidentes de Trânsito: Problema de Saúde Pública


Em  2001  o  Ministério  da  Saúde  editou  uma  portaria  intitulada  Política  Nacional  de  Redução  da  Morbimortalidade  por  Acidentes  e  Violências,  que  contém  entre  as  diretrizes,  o  monitoramento  da  ocorrência  de  acidentes  e  de  violências,  a  promoção  da  adoção  de  comportamentos e de ambientes seguros e saudáveis e o apoio ao desenvolvimento de estudos  e  pesquisas.  O  Órgão  reitera,  ainda,  que  os  acidentes  de  trânsito  e  as  violências  são  um
grave  problema  de  saúde  pública  no  Brasil,  fazendo  anualmente  milhares  de  vítimas  e  onerando os cofres públicos com gastos em tratamento às suas vítimas. 

Nos  últimos  anos  houve  um  expressivo  aumento  no  número  de  motocicletas  nos  centros urbanos brasileiros. No estado do Rio Grande do Sul, especificamente, quase dobrou o  número  deste  tipo  de  veículo  entre  os  anos  de  2004  e  de  2010,  passando  de  498.654  para 929.824  unidades.  As  motocicletas,  no  final  do  ano  de  2010,  já  representavam  19,82%  dos  veículos em circulação no estado, na cidade de Pelotas esse número sobe para 25,3%.

Este  acréscimo  traduziu-se  em  aumento  dos  acidentes  envolvendo  motocicletas,  especialmente  nas  rodovias  municipais,  onde  o  número  de  acidentes  fatais  supera  o  de  quaisquer outros tipos de veículos. De fato, entre os anos de 1998 e 2008 o número de mortes  em  acidentes  envolvendo  motocicletas  sofreu  um  aumento  de  754% .  Além  disso,  em  acidentes com lesões, a taxa entre motocicletas é de 301/10000, enquanto entre automóveis é  de apenas 106/ 10000.



Salienta- se  ainda  o  tipo  e  a  gravidade  das  lesões,  com  predominância  de  fraturas  de  membros  inferiores,  seguida  dos  membros  superiores  e  lesões  cerebrais.  A  maioria  dos
acidentes  com  motociclistas  resulta  em  internação  hospitalar,  gerando  gastos  em  saúde  que
triplicaram na última década, chegando a mais de 40 milhões de reais anuais.

As   lesões   decorrentes   dos   eventos   traumáticos   resultam,   frequentemente,   em  deficiências  e  incapacidades  temporárias  ou  permanentes,  que  interferem  na  capacidade  das  vítimas sobreviventes cumprirem tarefas que delas são esperadas, assim como na qualidade de  suas  vidas .  Os  dados  estatísticos  do  Departamento  de  Trânsito  apontam  a  ocorrência  de  27.741 acidentes com lesões no ano de 2010 somente com motociclistas.

Estudos


Estudo transversal realizado em  hospital de trauma de Fortaleza-Ceará encontrou entre  as  vítimas  internadas  79%  de  condutores  e  21%  de  passageiros  de  motocicleta,  incluindo  o  grupo  de  caronas,  portanto,  no  risco  de  acidentes .  Da  mesma  forma,  ao  mapear  o  total  de
mortos  em  acidentes  de trânsito  em  Maringá,  no  estado  do  Paraná,  encontrou-se  34%  de
vítimas usuárias de motocicleta, sendo 28% condutores e 6% passageiros.

Um estudo sobre comportamento de risco para acidentes, realizado em Londrina -PR,  entre jovens estudantes de Medicina, revelou que  a falta de atenção (59,3%), o desrespeito à sinalização  (33,5%)  e  o  excesso  de  velocidade  (22,5%)  foram  os  fatores  mais  citados  como  determinantes para a ocorrência do último acidente, sem diferença entre os sexos.

Assim,  em  que  pese  os  avanços  trazidos  pelo  CTB  em  relação  à  segurança  dos  condutores e  passageiros de  motocicleta,  observa-se  que  o  significativo  aumento do  número  deste tipo de veículo tem gerado sensíveis mudanças no controle das taxas de acidentes, o que  pode indicar a necessidade de novas políticas de segurança. 

A  predominância  dos  acidentes  na  faixa  etária mais  jovem,  especialmente  o  sexo masculino, é corroborada em diversos estudos. Mais  de  50%  das  mortes  por  acidente  de  trânsito  são  de  pessoas  jovens,  com  idade compreendida  entre  15  e  44  anos  de  idade,  correspondendo  ao  setor  mais  produtivo  da população do ponto de vista econômico. Os principais motivos na origem desses casos são a falta de experiência desse grupo, a velocidade excessiva, o uso de álcool e substâncias ilícitas e as constantes infrações ao Código de Trânsito Brasileiro


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